A partir de fragmentos de mensagens de áudio enviadas por Vitor Araújo a Pedro Maia de Brito em conversas pessoais entre os dois artistas, vemos um compositor em crise com seu ofício enquanto enfrenta dificuldades de criação, falando sobre os prazeres e os desprazeres na música e encontrando uma obsessão na ideia da reciclagem contínua de uma mesma composição. O próprio interlocutor de Vitor Araújo nessas conversas, Pedro Maia de Brito, é quem dirige e realiza a montagem de vídeo, a partir de interferências realizadas sobre imagens pré-existentes. O filme conta com alguns trechos musicais inéditos, produzidos por artistas e bandas como Hurtmold, Rakta, Cadu Tenório, JLZ e outros.
Ficha Técnica:
um musical de vitor araújo
direção, imagens e montagem pedro maia de brito
produção executiva bruno cupim
[[obra baseada em fragmentos de mensagens de áudio trocadas por vitor araújo e pedro maia de brito entre as datas 07.11.20 e 13.03.21 ]]
trechos musicais inéditos com as participações de
[[ ordem de aparição ]]
cadu tenório
hurtmold
dj diaki
surma
rakta
alada
jlz
Vitor Araújo conheceu a música através do piano em 1997 aos 8 anos de idade e, desde então, desenvolveu sua carreira artística em volta dele. De estudante premiado em sua infância e adolescência, passou a polêmico e singular intérprete da música erudita com grande reverberação nacional, devido à sua leitura pouco ortodoxa de obras clássicas, e à apropriação do universo improvisativo do jazz na execução de partituras consagradas dos grandes compositores. Essa abordagem bastante particular do piano como plataforma musical lhe rendeu premiações como a da APCA e do Festival de Cinema de Brasília logo em seus primeiros anos de carreira. Enveredou posteriormente para a composição, criando os seus dois álbuns de estúdio que foram recebidos com acentuado entusiasmo pela crítica – A/B (2012) e Levaguiã Terê (2016).
Se destaca também na carreira de Vitor Araújo sua ligação com o cinema, assinando a trilha sonora em diversos trabalhos, entre eles os premiados “De Que Horas Ela Volta?”, de Anna Muylaert (2015), “Elena” (2012) e “Democracia em Vertigem”, de Petra Costa [2019), indicado ao Oscar de Melhor Documentário. Nos últimos anos, paralelamente à turnê do “Levaguiã Terê” – relançado internacionalmente em 2019 pelo selo austríaco Nutriot Recordings, em vinil duplo – saiu também em turnê internacional como compositor e diretor musical da obra “Le Présent Qui Déborde”, co-produção entre o Teatro Nacional de Buxelas e o Théâtre l’Odéon de Paris, e mais recentemente realizou a direção musical do novo show de Arnaldo Antunes, com quem está no palco num duo piano e voz – “O Real ao Vivo”, sendo os dois artistas indicados ao APCA de melhor show on-line durante 2020.