Aos 18 anos de idade, o artista plástico Pedro Kastelijns (a.k.a Kastelijns) lança “Raposa”. Não em formato de CD, mas em fita k7 lançado pelo seu próprio selo com a ajuda de um amigo que faz parte de uma das bandas mais empolgantes da atualidade. “Raposa” (LALONGE, 2015) é o nome da coletânea lançada por Kastelijns com a colaboração de Benke, do Boogarins, e que reúne uma série de canções e gravações que o jovem compõe desde seus 14 anos.
Foi nesta idade que ele aprendeu a tocar violão e, assim como faz muitos dos jovens músicos de hoje, resolveu gravar essas canções no próprio quarto. Boa parte do que está em “Raposa” saiu em versões iniciais na Internet entre 2012 e 2013 de forma esporádica.
Simples e sincero, o K7 de Kastelijns é a mostra do que ele sozinho é capaz brincando com sons como um resultado da angústia e de suspiros registrados num momento peculiar, bonito e importante da vida do garoto.
Suas gravações são permeadas por canções lo-fi voz e violão de climas atmosféricos, onde as vozes reverberam em cenas bucólicas com ventos uivantes, alguns sons incomuns feitos com a boca e as vezes vozes de crianças e outras coisas ininteligíveis ao fundo.
O clima nostálgico é presente em canções curtas sobre biscoitos, gnomos de jardim, uma chuva que vem vindo, a nudez e o amor, além da passional ‘Answer’ e da longa e espacial ‘Praia’, marcada por momentos de calma meditativa, euforia e loucura.