Por Rachel Queiroz
Céu claro e ventania no Pátio de São Pedro. Foi essa a atmosfera para a apresentação da Camarones Orquestra Guitarrística, que se apresentou depois da banda AMP nas prévias do Coquetel Molotov, que começaram na última sexta-feira, 16 de setembro. As prévias vão antecipando a chegada do festival, que ocorre nos dias 14 e 15 de outubro, no Centro de Convenções da UFPE, com as principais atrações nacionais e internacionais.
Na sexta, a AMP começou a tocar e fazer barulho ressoando suas guitarras altas no local logo cedo. No repertório havia tanta música antiga quanto música nova. E o público, embalado pelo som, curtia esse rock violento. Foi um show com sangue nos olhos, onde os integrantes da banda faziam valer aquele momento de apresentação, sendo a primeira vez deles no festival No Ar. E após o show terminar, o que mais se ouvia eram os ecos daquele show avassalador.
Pouco tempo depois, a Camarones, banda do Rio Grande do Norte fez seu show com músicas do seu novo álbum “Espionagem Industrial”. A dança era conseqüência da música da Camarones, primeiro refletida nos artistas do palco. Uma das mais animadas era Ana Morena, a baixista da banda. Ela remexia corpo e cabelos ao ritmo da Orquestra e da brisa forte que soprava no pátio.
No camarim, reclamou: “o vento atrapalhou a dança!”, foi retrucada com um “mas era a melhor coisa!”. A verdade é que o vento forte da noite casava bem com o ritmo da banda, e a luta de Ana para dançar sem bagunçar os cabelos era em vão. Quem fosse dançar , que dançasse sem medo. Foi o que fez uma fã, esposa do vendedor de rosas do local, que dançava no “gargarejo” do palco, fazendo espelho com a animação vinda acima.
Quase no fim do show, Ana recebeu uma flor oferecida pelo vendedor de rosas – presente da esposa dele, que se destacava em animação lá na platéia. Ana retribuiu a flor ao presentear a espectadora com um CD da banda. A fã quis pagar em dinheiro, Ana conta, mas “a gentileza da rosa já tinha pagado muito mais”. Nem todo mundo dança por vergonha ou por falta de costume, mas se houvesse uma rosa para cada pessoa atingida pelo ritmo da Camarones no Pátio, o chão do palco estaria vermelho.